Como
um membro da espécie, posso confidenciar uma prática masculina constante, que é
a mania de comparar-se com outros homens o tempo todo. Acredito que as mulheres
também façam isso, não sei se em maior ou menor escala, mas posso falar por
meus semelhantes, que estão sempre comparando seus carros, casas, habilidades
futebolísticas, tamanho do contra-cheque e comprimento de órgão sexual. O homem
é um comparador compulsivo.
Por
conta disso, homens caem na tentação de comparar seus relacionamentos e estilos
de vida. Quando um homem está solteiro, vê seus amigos casados e pensa em
casar. Quando um homem está casado, vê seus amigos solteiros e quer se separar.
O homem comete o pior dos erros, comparando-se com diversos amigos e percebendo
que a esposa de um é mais bonita, de outro é mais bem sucedida, de outro é mais
divertida, do outro cozinha melhor.
O
erro de comparar o seu relacionamento com o de outras pessoas é que você nunca
terá o relacionamento ideal. Quando tem muitos pontos de comparação, escolherá
o que cada casal tem de melhor e terá a frustração de não alcançá-lo, sem
perceber que o seu próprio relacionamento é, para os outros, perfeito em algum
sentido. Ninguém tem um relacionamento perfeito, apenas a soma imaginária de
todas as melhores qualidades daqueles que o rodeiam.
Quando
compara, você tem a sensação de que nenhum outro casal briga. Os amigos estão
sempre na Europa, tomando champanhe no Instagram, foto de coxas na beira da
praia. Quando há desentendimentos na nossa vida, achamos que só nosso
relacionamento é problemático. Achamos que a grama do vizinho é sempre mais
verde do que a nossa. Sem perceber que, na verdade, a grama é mais verde no
lugar em que você regar mais.
Por
Marcos Piangers, palestrante sobre tecnologia e inovação, criatividade e
paternidade, escritor do livro best seller O Papai é Pop.
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